sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Governo federal propõe mais 2 pedágios em Gravataí

A pedido de Cachoeirinha, ANTT apresentou hoje propostas para desafogar avenida Flores da Cunha com novas praças na RS-118 e na Nutrella, frustrando autoridades regionais

Aquela que poderia ser a melhor notícia para Cachoeirinha e Gravataí nos últimos anos virou frustração para autoridades regionais. Nesta sexta-feira, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apresentou proposta de construção de um segundo acesso para os moradores de Cachoeirinha e Gravataí na Free Way com instalação de até duas novas praças de pedágio próximas à atual. Com isso, seriam três pedágios numa faixa de menos de 5 quilômetros em Gravataí.
Loreny, Stédile, Renato e Miki

Os planos da ANTT foram rechaçados pelos dois municípios, que cobraram uma alternativa para desafogar o tráfego de ligação com Porto Alegre sem mais prejuízo ao bolso da população. Hoje, são 160 mil motoristas nas duas cidades com apenas uma ligação com a capital, pelo centro de Cachoeirinha, o que vem causando transtornos à economia local. A ANTT levou quase um ano discutindo seis cenários para o novo acesso, mas todas elas pedagiando Gravataí e Cachoeirinha.
Mondolfo: ANTT avisou a imprensa cerca de 12 horas antes do evento. Prefeito Vicente Pires recebeu ligação de assessor depois de ver nota no Facebook

O secretário de Trânsito e Transporte, Renato Sparremberger, saiu indignado da reunião. Segundo ele, a cidade esperava ouvir uma sugestão diferente da agência, pois os congestionamentos em Cachoeirinha obrigam Cachoeirinha a servir a de porta de entrada e saída para a cidade vizinha. “Ignora-se que a frota das duas cidades triplicou em 10 anos e a estrutura é a mesma”, definiu.
PROTESTO - A gerente de Projetos Especiais do Gabinete do Prefeito, Loreny Bitencourt, também protestou. Ela disse que nunca foi a favor do pedágio na Free Way e que é contra a prorrogação do contrato, que vence em 2017. “O pedágio é um imposto caro no bolso do morador da nossa região e resultou nesse gargalo de mobilidade urbana para Cachoeirinha. É inadmissível que quase 400 mil moradores não tenham direito de acessar uma rodovia pública como a BR-290, que foi construída com o dinheiro de todos nós”.
Localização da nova praça de pedágio e do trevo de acesso à Gravataí projetado no Km 80 da rodovia, junto à Nutrella

O vice-prefeito Gilso Nunes representou o prefeito Vicente Pires na reunião e também disse que a ampliação das praças de pedágio não é o melhor caminho para as comunidades. Gilso, que é engenheiro, defende, entre outras propostas, uma perimetral que partisse da ponte de Cachoeirinha até Gravataí, paralela ao rio Gravataí.
Os deputados Miki Breier e José Stédile, vereadores e líderes políticos de Cachoeirinha e de toda a região metropolitana também participaram da reunião, comandada pelo superintendente de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, Mário Mondolfo.

Mais informações sobre o assunto no link:

COMO FOI A REUNIÃO:


  • Em cerca de um ano de estudos, ANTT e Concepa chegaram a 6 cenários de possibilidade de abertura de um segundo acesso para Cachoeirinha e Gravataí na Free Way, junto à Nutrella, todos com pedágio
  •  Todos os cenários propõem uma nova praça de pedágio no KM 80 da Free Way para financiar o trevo, as demais obras de arte e a chamada “fuga” do pedágio
  •  Entre as propostas 1 e 6, há variações que incluem aumento do pedágio nas praças de Santo Antônio da Patrulha, Gravataí (a atual, no KM 77,5) e Eldorado do Sul, todas sob a responsabilidade da Concepa, diluindo o custo de implantação, cobrança na entrada e na saída de Gravataí e, também, pedágio para tarifar saída da RS-118.
  •  Prefeitura de Cachoeirinha e diversos segmentos da comunidade local se mobilizam há pelo menos 10 anos por esse novo acesso. É que os moradores de Gravataí precisam "usar" Cachoeirinha para se deslocar à capital, fugindo do pedágio (a praça foi instalada antes do acesso a Gravataí, na RS-118).
  • Nesse período, a frota das duas cidades juntas pulou de 60 mil veículos para 150 mil, segundo o Detran. Estudo da Secretaria da Trânsito de Cachoeirinha aponta que a avenida Flores da Cunha, que liga as duas cidades, virou quase um corredor de Gravataí. Dos 160 mil veículos que cruzam a via diariamente (só perde para BR-116 no estado em tráfego), 40% têm placas de Gravataí. Sem contar o transporte coletivo e o tráfego pesado da cidade vizinha.
  • GARGALO - Como Gravataí e o governo federal nunca planejaram uma via alternativa ao pedágio, a Flores da Cunha, apesar de ser via municipal, se tornou a única opção aos vizinhos, herança que hoje prejudica fortemente a mobilidade urbana de Cachoeirinha.
  • A Prefeitura de Cachoeirinha calcula que o novo acesso desafogaria pelo menos 30% do trânsito do centro dee Cachoeirinha, tráfego este que na verdade tem como origem Porto Alegre e destino Gravataí e vice-versa. Mas como pedágio, essa possibilidade é quase nula.


OS CENÁRIOS:











3 comentários:

  1. Gostaria que fizessem um novo post explicando as diferenças entre os 6 cenários. Somente com essas fotos - sem nenhuma explicação - não há informação para o cidadão compreender os cenários em si. Como alguém que gosta de estar informado, julgo essa informação crucial já que se trata de tema que afeta tão criticamente a nossa cidade.

    Por fim quero elogiar a iniciativa da Prefeitura de aproximar da população as informações importantes da cidade. Este blog foi realmente uma ótima ideia.

    Aguardo a emissão de um novo post explicando melhor os cenários propostos - cada um deles - a fim de que esse blog continue cumprindo o seu importante papel: aproximar dos cidadãos o Poder Público e as informações importantes da cidade.

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  2. Já estou divulgando nas redes essa proposta indecente! Acho que é o melhor que nós, eleitores, podemos fazer.
    Obrigada por compartilhar a informação. Muito bom o trabalho de vocês!

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  3. O cenário 1 parece não colocar nenhum pedágio a mais. Nem na Nutrella e nem na RS-118.

    Se assim for, deixe essa ideia seguir em frente! Haverá um aumento na tarifa do pedágio em Sto. Antônio (R$ 9,69), mas isso não importa. Pagaremos só 2 meses por ano: nos meses de praia.

    Atualmente pagamos todo dia e vemos nossa cidade se encher de engarramento.

    Deixe que aumentem os valores da praça de Santo Antônio. Vamos dividir o custo do alargamento da Free-Way com o povo de todas as cidades que usa a Free-Way no verão: Porto Alegre, Alvorada, Canoas, Novo Hamburgo.

    O atual modelo é injusto, porque penalisa demais os moradores de Gravataí e Cachoeirinha. Vamos diluir isso entre todos.

    Mesmo que o custo da praça do pedágio de Gravataí aumente um pouco, não importa! Porque estaremos utilizando menos vezes essa praça. No final das contas sai mais barato. O custo será rateado entre os que usam a free-way para longas distâncias (praia por exemplo).

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